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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Uma pessoa feita de poesia, com os cabelos ao vento


A sensação de lembrar de pequenos momentos que te fizeram sentir algo bom. Algo pequeno, mas algo significante para você. Aquela coisa que te faz sorrir, e te faz sentir leve. Aquela coisa que te transporta para o seu mundo. Aquela coisa que te faz querer viver aquilo de novo. Aquela coisa que te deu uma empolgação na voz apenas por falar e lembrar dela. Aquela coisa que te fez rir, lembrando, porque, por mais que parecesse irrelevante no momento que aconteceu, agora, é algo bom. Mesmo não sendo nada demais. Exceto pelo fato de que para você é. Pelo fato de que, se te fez sorrir, te levou para o seu mundo, te deixou leve, então, sim, aquilo significa muito.
E não tem quem diga que isto não é verdade, porque é verdade.
Está tocando a música, aquela música que você adora, mas só você a escuta. Está de fones de ouvido, como toda manhã, naquele carro. Está na janela, observando tudo, esperando, como sempre, por algo novo. Mas como isso nunca acontece, está indo gradativamente a caminho de seus pensamentos mais fundos. Daqueles que te prendem de verdade, e precisa de um pouco mais de esforço para dispersá-los de si; e é claro que estes pensamentos tem um ápice, um alicerce. É claro que os pensamentos vão até ele. O ápice, o alicerce. Ao longo do percurso do carro, talvez. E é claro que isto significa muito, já que é nele que começa todos os sentimentos confusos, os sentimentos bipolares, os intensos 'talvez', que insistia em se repetir. E é claro que, ao longo de tudo isto, o esperar por algo novo, vem deste fato também. E é claro que nunca acontecia nada. Mas isto não deixou de se repetir até o último dia.
A mesma música tocando, aquela vontade incontrolável de cantar, mas é claro que não o fazia. Seria demais; aquela sensação no peito outra vez, e as imagens que se formavam na cabeça, faziam o coração acelerar. Mas eram sempre só fantasias. No final do dia, era só para dar pequenos ou grandes socos no peito; mas o sorriso estava lá, como todo dia. Até o dia que se viu tudo desmoronar, e, hoje, isto pesa, e algo dentro cresce ao mesmo tempo que se elimina.
Há um vazio dentro de mim. Exceto pelo fato de ele estar cheio até as bordas.

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