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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Quando as palavras se abraçam"








Eu só quero que você entenda que eu não gosto quando você vai embora. Não gosto quando você esconde o que sente. Não gosto quando você não me dá a menor bola. Se eu falo que está tudo bem, quero que você pergunte de novo. E de novo. De vez em quando eu finjo que tudo está numa boa, mas tenho o meu lado fraco. Preciso de colo. De atenção. Se eu estou triste, quero você ao lado. Se eu estou brava, quero você ao lado. Se eu estou num dia bom, quero você ao lado. Se meu dia foi péssimo, quero você ao lado.
— Clarissa Corrêa. 

“Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.”  Caio Fernando Abreu.


O que a gente sente e não diz, cresce dentro.
— Paulo Leminski.

Repara bem no que não digo.
— Paulo Leminski.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, se veste bem e é fã de Marisa Monte. Isso são apenas referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pelo modo como os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Ama-se por causa de uma massagem nos ombros, pela maneira de sorrir só com um lado da boca, pelas peculiaridades. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.”  — Martha Medeiros.


“Eu saí tanto de mim pra entrar na tua que até me sinto uma estranha dentro de mim mesma. E eu sempre tive medo de estranhos. Entende? Você está aí ainda? Você também deve estar achando patético ler isso. Te conheço.” — Gabito Nunes.


Ainda não terminei de gostar de você.

— Gabito Nunes.

Ir embora de uma pessoa é das tarefas mais difíceis da vida. 

Porque, antes de tudo, e principalmente depois no nada, partir é repartir-se.
Como, por exemplo, ir embora de alguém? Vai-se de ônibus, trem, avião
ou a pé tropeçando na vontade tola de voltar?
Quantos quilômetros de tempo são necessários para estar longe o suficiente?
É preciso mudar para outro estado para mudar o estado da alma?
Do que adianta não ver ninguém ao olhar para trás, mas ver ao olhar para dentro?Amor é sempre, e repetidamente, sair dos escombros.  — Bruno Pereira.

“Não, não pense que é sempre bom, não sou a-toda-boa, a toda alegre o tempo todo, a toda amorosa constantemente. Eu sou estranha, tenho gestos e pensamentos e encanações e neuras e filosofias viajantes e temperamento salgado e toda uma série de e’s que não consigo ajustar aqui, agora, pra você, talvez por não saber ajustá-los nem pra mim. Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação. Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações. Uma delas é tentar explicar o sentido de uma coisa que nem sentido faz.”

— Clarissa Corrêa.

Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva.” — Martha Medeiros.

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