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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Isso te consome





Você já deve ter sentido algo parecido com esperança. Ou mesmo ela em si. Já deve ter experimentado o que é se encher de algo que, no final, não te fez bem. Já deve ter achado algo que, no final, não era verdade. Mas também já deve ter esperado tanto por algo que, quando finalmente aconteceu, se agarrou de uma maneira que não deveria; porque lá estava a esperança traiçoeira, de novo. Lá estava ela, falando em seu ouvido. No entanto, o que você poderia fazer, senão acreditar? Estava acontecendo algo novo, não estava?
Porém, com algum tempo, você pôde se sentir da mesma forma de sempre. Apenas com um acréscimo, que era o peso de uma nova confusão. Algo que você não sabia como explicar e não sabia como lidar. Porque você se deixou levar. Porque você estava sempre esperando e achou que talvez, dessa vez, seria diferente. Mas não foi.

domingo, 27 de dezembro de 2015

"Livre e liberta"


Há um momento em que você percebe que chegou a hora. Infelizmente existe esse momento inevitável. Você pode negar, pode esperar que demore mais, pode ter medo de que não esteja preparada, mas isso acontecerá de qualquer forma; como uma prova que você não tem escolha de fazer ou não. Ou como uma refeição que você precisa fazer porque inevitavelmente irá sentir fome.
Há o momento em que você precisa andar sozinha. Que você precisa ir. Como quando você é criança e está aprendendo a andar. Vão sentir medo que você caía e se machuque, mas você precisa fazer, porque você precisa aprender a andar; como quando você aprende a andar de bicicleta e ainda usa as rodinhas de apoio, mas sabe que chegou a hora de tira-las. Você sente medo de o faze-lo, porque, novamente, tem a insegurança de que irá cair e se machucar. 
Porém a vida está aí e se machucar ou cair é algo que você não pode evitar.
Você precisa deixar ir, mas sente medo. Você precisa se libertar, mas sabe que irá sentir saudades. Você precisa seguir em frente, mas insiste em olhar pra trás. 
É dado a hora. Chegou o momento. Você sabe o que precisa fazer. Ninguém te disse, mas está lá. Você sabe. Você sente. Você consegue ver.
Sempre achou que isso não iria acontecer. Achou que esse momento não viria. No entanto, quem poderia imaginar? Ninguém sabe das coisas que se tem no futuro. E tudo pode mudar em um piscar de olhos.
Não é sua culpa. A vida te dá opções e tem pessoas que não sabem lidar com elas. Escolhem errado mesmo tendo consciência disso no final. E você pode parecer culpado por não conseguir acertar, mas a única coisa que pode fazer é, justamente, soltar as amarras.
Há um fio invisível. E este pode significar várias coisas. Existe pessoas que saberão ter o cuidado de não rompelo. Outras, não conseguem enxerga-lo e metem os pés pelas mãos. E como é um fio frágil, ele se quebra com facilidade e não há conserto imediato. Esperto aquele que soube cuidar muito bem do seu.
O fio rompeu, não há mais jeito. Você também fez uma escolha. Até porque não há muito o que fazer. Você precisa andar, correr, precisa tirar as rodinhas, soltar as amarras. Não faz mais sentido. Não tem nada mais aqui. E as amarras citadas representam o querer que esse fio volte ao normal. Mas, como diz o ditado, não adianta chorar pelo leite derramado
Acabou. Foi. Ande ou corra. Só não olhe para trás.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Menina




Sou menina ainda, e tudo que eu consigo ter, é esperança
Menina ainda, e sempre sonhando com um mundo melhor
Mesmo quando percebo que isso está longe de acontecer
Menina ainda, e sempre esperando que algo de bom e diferente aconteça
Mas aos poucos percebendo que não é bem assim
Menina ainda, e sentindo necessidade do novo
Mas percebendo que ele nem sempre virá
E que, na maioria das vezes, ele nem mesmo vem
Menina ainda, e sempre com a sensação de algo inacabado no peito
Mas sempre dizendo para si mesma que continuará aguentando
Menina ainda, mas aprendendo muito rápido como o mundo funciona
E tentando cobrir as feridas que ele causa
Menina ainda, e sempre tentando esconder seus maiores medos
Mesmo quando eles parecem tornar-se reais bem em sua frente
Menina ainda, e sempre esperando que supere certas coisas
Mesmo quando sabe que ainda dói muito, mesmo não querendo
Menina ainda, e sempre tentando buscar explicações para coisas inexplicáveis
Mesmo sabendo desse fato
Menina ainda, e sempre lutando contra tudo que aprendeu a lutar e tudo que sempre lutou
E vem crescendo muito com tudo isso
Menina ainda, e sempre sonhando, esperando, sentindo, aprendendo, tentando, percebendo e lutando
Menina ainda, e começando a notar que quanto mais cresce, mais sobe muros e fecha feridas
Mas entendo que tem forças o suficiente, e que talvez tudo seja questão de tempo

domingo, 13 de setembro de 2015

Sou infinito





Eu tento acertar mas não consigo
Sempre vem
Uma mágoa nova
A falta de tato
Um escorregão
Quase sem querer me entristeço
Misturo tudo
A roupa rasgada
Com o peito rasgado
Faço-me loucura
É tão difícil assim de entender?
O amor que transborda
A luta que pulsa
O sonho que não dorme
Eu tento limitar, mas sou infinito Grazi

domingo, 16 de agosto de 2015

Chega



“Chega de promessas que jamais vão se cumprir. Chega de não fazer força para esquecer. Chega de lembrar do que faz doer. Chega de se culpar. Chega de acumular sofrimentos. Chega de não conseguir se perdoar. Chega de procurar sarna para se coçar. Chega de gostar de quem não dá a mínima para você. Chega de se esconder da vida. Chega de falsas amizades. Chega de gente efusiva. Chega de quem pensa que você é obrigado a ouvir. Chega de deixar a vida passar por você. Chega.”— Clarissa Corrêa.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Nem faço questão



“Nem faço muita questão que as pessoas me conheçam a fundo. Tem gente que não merece o nosso coração aberto. Certas pessoas não precisam conhecer nossa alma. Porque elas nem vão saber o que fazer com tanta informação. Tem gente ruim no mundo, já me convenci disso. Espero que você entenda isso também. E que não sofra tanto ao constatar que nem todo mundo quer o seu bem. Algumas pessoas sentem prazer em perturbar os outros. O que ganham em troca? Não sei. E nem quero descobrir.”Clarissa Corrêa.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Eu só queria não querer/ Não me Chama de Moreninha




"Eu queria ser a pessoa que tem apenas um foco na vida, e que corre atrás dele o tempo todo, sem se preocupar com o bem estar coletivo, com os meu irmãos e irmãs negras, e com o  fato de todos eles sofrerem dia após dia com as opressões da nossa sociedade. Eu queria nunca falar sobre racismo com as pessoas, e fingir que ele não existe e assim tornar-me uma pessoa mais agradável de ser ouvida. Eu queria passar na rua e não sentir nojo da cantada e dos olhares dos homens, queria fingir pra mim mesma que "eu tinha sido cortejada" e pensar que esse tipo de agressão amaciasse meu ego.
(...)
Mas eu escolhi ser eu, que significada ser ao contrário de tudo isso."

Texto que eu li, e que não tive como não compartilhá-lo aqui. Pelo motivo que eu, simplesmente, me vejo nele. De uma forma boa ou ruim, esse texto é maravilhoso.
É isso.

Basta ter a coragem


Tudo que sei até agora, é que tenho muitas coisas guardadas dentro de mim. E que já falei de todas estas coisas. Que não são mais novidades. Que todas as coisas que eu tenho dentro de mim, são aquelas que eu geralmente mais sinto vontade de falar, sem conseguir. E aí, começo a tentar de alguma forma, desembaralhando palavras da minha cabeça, sem muita certeza se irão fazer sentido. 
Começo a tentar tirar de mim, como sempre falo, e vou seguindo a linha do que eu imagino querer falar. Mas toda vez que faço isso, sinto que sempre há mais para tentar se falar. Que sempre há mais para ser dito. Como vozes que sempre te dizem, baixinho, coisas que você já sabe. E o tempo todo.
Há certas coisas dentro de nós, que nós não sabemos como pôr para fora. Tentamos tanto, mas não sabemos como. Tentamos falar, tentamos pensar, mas simplesmente não acontece da maneira que achamos que tem de ser. E são sempre tantas coisas. E sempre ao mesmo tempo. Questões que você sabe que, faz tanto tempo que há dentro de você.
Há aqueles sentimentos, também. Aqueles que aparecem com momentos pequenos. Aqueles que você às vezes valoriza, às vezes, não. Porque eles nem sempre são bons.
A maioria das pessoas, ou talvez aquelas que eu conheço ou já soube de alguma forma, tendem a engrandecer certos acontecimentos. Uns que não eram tão grandes assim, e outros que, definitivamente, não eram para ser engrandecidos. Falo isso, justamente, porque costumo fazer isso.
É péssimo.
Às vezes você cria tanta expectativa com pequenas coisas, que aquilo sempre te machuca no final. Ou, às vezes, você sente tanto receio, que acaba tendo medo, fazendo de coisas pequenas, uma coisa que você, realmente, não deveria temer; quando você tem tanto medo de se machucar, novamente, que acaba metendo os pés pelas mãos. Acaba tornando as coisas ruins, quando, na verdade, aquilo não era nada. 
Nós temos a tendencia a aumentar coisas que não deveríamos. Tanto boas, quanto ruins. E já dizia certo livro:
“As coisas que você mais quer são aquelas que te destroem no fim.”

E talvez não seja tão ao extremo, assim. Mas sabemos o quanto isso pode ser real. E há várias maneiras, infelizmente, de que uma pessoa pode ser destruída. 
Por exemplo: pessoas que são um caos dentro de si. Ou pessoas que tem um vazio bem no meio do peito. Pessoas que tem medo, ou sentem demais. Pessoas que, ao ter medo de serem machucadas, machucam outras. Pessoas que não conseguem controlar o fato de que não querem se machucar, então não se arriscam. Pessoas que não se arriscam, e acabam por se arrepender. Pessoas que se arrependem, e convivem com a culpa...
A questão, é: por que sempre ter medo do que você não sabe? Ou por que sempre pensar? Ou por que sempre tentar prever o futuro? Ou por que não falar, só porque não sabe como? Se tentarmos, talvez a gente consiga. E se não conseguirmos, não é o fim. Ainda não o fim. 
Não pode ser o fim.
E não vai ser. Não vai ser, porque nós sabemos que merecemos mais. E que ainda é cedo. Mesmo que a vida não pare. E ser cedo não significa que devemos esperar ou deixar para depois; o tempo não serve para isso. Ele serve para te mostrar que você deve correr, mas que também deve se acalmar. E que, tentar uma vez ou duas, não é o fim da guerra.
Perdendo batalhas, não significa perder a guerra. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Você pode


“Você precisa ter, acima de qualquer coisa, auto-confiança. Perca a hora, perca os sapatos, perca o ônibus, mas não perca a esperança em si mesmo. Duvide da pessoa que caminha ao seu lado, mas confie em você. Não deixe que o seu cérebro te sabote ou que o seu coração te passe a perna. Talvez, ao longo do tempo, você deixe de acreditar no amor, no felizes para sempre e no papai noel. Se desiluda do mundo perfeito, mas não deixe que ele arranque a sua capacidade de criar um. Em primeiro lugar, seja mais você. Se olhe no espelho e ame aquilo que ele reflete. Aceite e admire os seus defeitos, eles o difere dos demais. Não perca a fé, não se abata, não desista da batalha tão fácil assim. O caminho é muito longo e possui muitas curvas, muitos altos e baixos pra você querer parar no meio dele. O sol nasce e morre todos os dias, portanto, esse não é o seu fim. Coloque a mão no fogo pela única pessoa que realmente vale a pena: você mesmo. Quando todos desacreditarem de você, acredite mesmo assim. Gaste a última gota de suor, o ultimo suspiro de esperança e o último fôlego que possuir, mas dê a volta por cima e mostre a todos que eles estavam enganados. O que você quer ter, você pode ter. O que você quer fazer, você pode fazer. Quem você quer ser, você pode ser. Basta querer e merecer.”
Capitule

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Não querer (e quer)



Tudo que você sempre fez foi querer. E, pensando nisso, hoje, você sente cansaço disso. Sente que já basta, que chegou a hora de fazer outra coisa. Que chegou a hora de olhar para outro lado e se perguntar o que há de novo; bem, na verdade, você se pergunta muito. Se pergunta, quase sempre, quando acorda, se algo mudou dentro de você. Se tem alguma coisa nova, mesmo que só um pensamento. Se pergunta se chegou o momento que você vai simplesmente parar, e sentir que, finalmente, algo mudou.
E se sente frustrada quando nota que, de novo, não tem lá a mudança que você sempre espera.
Mas sabe o que mais frustra? É saber que você não espera por muito. Igual a um trecho de um livro:
"Se tem uma coisa que aprendi, é isso: todos nós queremos que tudo fique bem. Nem mesmo desejamos que as coisas sejam fantásticas, maravilhosas ou extraordinárias. Satisfeitos, aceitamos o bem, porque, na maior parte do tempo, bem é suficiente."
Então, é: você acha suficiente alguma mudança, nem que seja só de posição da vida. Quer dizer, você se contentaria com apenas parar de querer. Este é o ponto. Você se contentaria em não mais querer. Se contentaria naquela posição de não querer nada... E, talvez, não esperar por nada (mesmo que querer uma mudança seja esperar por algo. Mas isso se trata de algo mais fundo). E, este sentido de não esperar por nada, você quer dizer de algo fantástico, maravilhoso ou extraordinário. Você, há muito tempo, cansou de ter essas expectativas. Nem mesmo acredita, infelizmente, que coisas assim possam acontecer a você...
Só quer parar. Parar de sentir o mesmo que sabe, sabe que sente há longos anos atrás. Desde que tudo mudou. Principalmente dentro de você. Quando notou coisas diferentes, pensou diferente e aprendeu coisas diferentes.
Não quer algo novo, daquele tipo que muitas pessoas sonham. A realidade, é que quer parar de ser uma dessas pessoas. Estas, que vivem sonhando, e esperando e querendo. Quer não querer, e quer ficar bem assim. Não querendo; quer lembrar de como é não querer. Ou, na verdade, sentir pela primeira vez esta sensação. E nem é o vazio... É só algo que sabe que não precisa, e, simplesmente, não passa pela cabeça. É o querer de não querer mais nada. Não querer de não querer esperar por nada. Apenas ir, e ir de acordo com o que tiver de ser. Sem ter grandes expectativas sempre que vira a esquina, ou revira o passado.
Apenas quer não querer, e não querer e não querer; mesmo já querendo...
Viu?

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Amor não é suficiente



Quando eu penso em algo a dois, eu penso em como o amor não é suficiente. Quer dizer, ele é o que junta duas pessoas e é o que faz tudo acontecer (em partes). É aquela coisa que muitas pessoas querem na sua vida e que sonham como algo que é maravilhoso e intocável, para outros. Inalcançável; mas quando eu digo que amor não é suficiente, eu digo que: uma pessoa amar a outra não a faz perfeita. Não a faz tudo que você precisa ou tudo que você merece. Não a torna compatível com você, ou não significa que ela será aquela pessoa que te fará bem, e que entenderá você e será aquela pessoa que te traz o melhor de você mesmo.
Estar com uma pessoa, é estar com ela apesar de amá-la. Apesar dos sentimentos, porque isso não fará com que ela se torna aquela pessoa que você tem de estar ao lado. Porque, amar uma pessoa, não a faz uma pessoa melhor, ou não anula coisas que ela pode ter feito ou que fará.
Amar uma pessoa não é o ponto final. Pois, estar com uma pessoa é saber que, tem o amor, mas é apesar dele que vocês estão juntos. É porque sabem que aquela pessoa faria de tudo para ver você feliz, não só por amar você, mas ver que você merece. Por saber que aquela pessoa é tão única, que você teve a honra de amá-la.
O amor é algo que destrói muitos. Ele não mede esforços e isso acaba sendo pesado; não temos como escolher quem vamos amar, e é, exatamente, por isso que o amor não pode ser suficiente. Porque, o amor, não vai fazer com que você consiga lidar com coisas que você, muito antes, não soube lidar. Mesmo que ele ajude, mesmo que ele intensifique tudo, e deixe em partes mais suportável. Mas o amor não tem de ser suportável. Ele tem que ser bom e ponto. Então, para se continuar lutando por aquele amor, temos de saber que aquela pessoa vai ser compatível com você, e não em um só motivo. Não nos deixando levar pela cegueira do amor, porque este, sim, machuca. Este, sim, faz um grande estrago no final. Este, sim, destrói o que o amor levou tempos construindo.
Amor não é suficiente, porque, duas pessoas diferentes vão saber se encaixar, mas sempre vão ter controvérsias. Mesmo que o amor ajude, sempre vai ter aquele momento que se machuca no peito, e que você engole aquilo para si, porque sabe que aquela pessoa é boa pra você, que você a ama. Só que vai ter o momento em que não dá mais, e aquele amor não vai ser suficiente para manter tudo. Não vai ser suficiente para te deixar feliz, e bem. Porque não é só o amor que deixa as coisas melhores para duas pessoas. Mas, sim, tudo que ela tem dentro de si. E o amor nunca anula o que aquela pessoa pode ser, e pode não ser.
Se o amor for suficiente para alguém, então esta pessoa estará fadada a cegueira. Porque todos nós temos algo de diferente, e, cedo ou tarde, temos nossas diferentes mostradas. Nem todas agradam, nem todas se encaixam. Se não souber medir, o amor será só aquele que espera o momento para quebrar. E ninguém quer ser quebrado.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Qual a sua definição de saudade?





Saudade é uma falsa superação, é um amor camuflado. É ternura. É um coração em pranto, é uma felicidade momentânea...
Bom, eu não tenho saudade como amiga. Porque ela levou alguém que eu gostava.
Saudade é aquilo que bate no coração, como alguém te chamando na porta e dizendo que você tem de ir a um lugar, que você sabe que não pode ir, mas quer.
É um ser sem rumo e sem senso.
Ela não é uma amiga. É aquela coisa, como a definição do pecado, que te diz para fazer e você quer ceder, mas não pode. É aquela definição de pecado, que te diz que é bom, mas dói lá no fundo.
É uma liberdade hipócrita.
É aquele sorriso amarelo.
Uma falsa liberdade, que te faz sentir vontade, que te faz sentir saudade.
Mas saudade não é uma falsa superação?
Ela te diz que não, mas teu coração diz que tudo que você precisa, é um sim dado, um sim na sua mão.
Mas o que te faz sentir saudade, se lá no fundo, você sabe que não deve? É errado.
Contudo, às vezes, o errado tem um gosto bom. É o que dizem...
Porque é um pecado iminente.
Mas tem um sabor inigualável.
Então julguemos a saudade como um pecado iminente...


                                                             Autoras: Camilla Carvalho e Daysi Brito
                                                             Visite o blog: o mundo dela por Camilla Carvalho (link)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Oi, você




Oi, pra você, que está sempre pensando em tudo, tentando adivinhar o futuro, achando que sempre sabe o que vai acontecer e deixa que seus medos se coloquem na sua frente.
Oi, pra você, que sempre acha que vai acontecer o pior. 
Oi, pra você, que sempre pensa em tudo, e acaba desistindo, no final. 
Oi, pra você, que sempre pensa em tudo, e acha que não vai dar certo, sem ao menos tentar.
Oi, pra você, que se queixa do difícil, mas nunca percebeu como poderia ter sido fácil. 
Oi, pra você, que nunca disse a verdade, e nunca notou que a verdade só se torna real, quando é dita.
Oi, pra você, que tem de fazer planos com tudo, e acaba por esquecer de que talvez os melhores momentos só acontecem quando você menos espera. 
Oi, pra você, que sempre sabe o que dizer para os os outros, mas quando se trata de si mesmo faz tudo uma confusão. 
Oi, pra você, que deixa as incertezas te consumirem, e esquece que o certo é logo ali, e que você não tem como adivinhar nada. 
Oi, pra você, que acha que tem de ser espontâneo, e luta contra o medo, contra as inseguranças, contra ao fato de sempre ceder ao incerto, esquecendo-se que, se você não fizer, nunca vai saber se poderia acontecer ou não.
Oi, pra você, que quer lutar contra isso, que sente que precisa, e não consegue, porque nunca falou nada disso pra si mesmo. 
Oi, pra você, que só precisa enfrentar tudo isso, e perceber que você consegue, sim, basta ter um pouco de coragem e confiança, tendo em mente que você merece, que você pode, que você não tem como prever o futuro.
E se nada der certo: já me dizia uma amiga, que as pessoas tem mania de achar que tudo é pra sempre. Dores se vão, machucados se vão, temores se vão. Mas, no final, você aprende, você supera, você consegue tudo de novo. Apenas acredite em si mesmo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Rótulos



Definir as coisas de um modo geral pode ser fácil e difícil. Mas às vezes você sente como se nada e nem ninguém fizesse sentido. E daquela forma que você se pergunta quase o tempo todo, que chega a te deixar exausto; são o tipo de coisa que você que saber, mas sente que talvez não precise. E você já ouviu muitas vezes que, querer e precisar são duas coisas bem diferentes.
Mas como explicar isto para aquela voz que sempre está ali, falando bem baixinho?
Talvez o mundo não precise ser definido. Nem tudo a sua volta. Nem as pessoas que você conhece. Nem você; apenas saber o que você realmente precisa e o que você tira das coisas.

sábado, 20 de junho de 2015

É a minha vez


Uma vez, escrevi aqui, dizendo sobre a minha mania de tentar prever o futuro. De achar que o que eu sinto, é o que eu sei. Como se todos os meus pensamentos sempre estivessem certos. E estes pensamentos sendo as inseguranças, que sempre estão buzinando nos meus ouvidos. E seja pelo o que for, sempre estão lá.
O problema é saber que é errado, saber que tenho de enfrentar isso, saber que tenho mais do que isso, e não conseguir sair do lugar. Deixar o medo falar mais. Deixar os pensamentos ruins falarem por mim.
Até quando?
Ouvi de alguém, citando um livro, que pensar tanto naquelas coisas ruins, acabam atraindo-as. Esquecendo-se das coisas positivas. E incrível como eu consigo ser otimista para outras pessoas, e ser pessimista para mim.
Eu penso em todas as coisas que aprendi, e sei que me fizeram melhor. Olho para trás, e vejo o quanto cresci. O quando feridas foram fechadas, o quanto feridas estão sendo fechadas. Aquelas que eu pensei que fossem permanecer por mais tempo. Aqueles pesos que eu já tinha me acostumado, sendo disseminados. Aqueles pensamentos errados sendo trocados, renovados, melhorados. Aqueles olhares para trás, se perguntando se foi suficiente, se foi insuficiente, se foi completo, ou incompleto. Muitos desses olhares sumiram, e eu me sinto grata por isto.
Aceito todas as minhas mudanças (ou para uns transformações), e as agradeço. Aceito minhas mudanças, e percebo o quanto foram boas para mim. Aceito-as, e vejo o quanto me tornaram melhor, não só para as pessoas, como para mim mesma.
Mas sempre tem estas inseguranças. Sempre esses pensamentos que tentam te jogar lá embaixo, e te confundem. E eu tento vencê-las todos os dias. Dizendo para elas, para mim, o quanto sou forte, e o quanto eu vou saber lidar com elas. O quanto eu aprendi a me defender, e de como vou aprender a torná-las só apenas lembranças. E vou superar o fato de que meu passado, o passado de feridas e cicatrizes, foi algo ruim. Vou superar o meu passado, e vou fazer as pazes com ele. Vou dizer para mim, para estas inseguranças, que elas não terão vez. Não terão, porque agora eu estou no controle. Porque agora é a minha vez.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Empoderamento




Vi em certo grupo, exclusivo para mulheres negras feministas, uma menina falando que foi eleita, por uma votação totalmente ridícula, a menina mais feia da escola, em 3º lugar. Ela sendo negra, cabelo crespo e gorda, (sim, gorda, e esta palavra não tem nada de errado ou feio); Como ela reagiu? "Mal sabem eles que nasci no salto 15". E ela é empoderada, sim. O melhor de tudo. Reconhece suas origens, é feminista e se aceita do jeito que é. "Bicha bonita não se esconde", ela disse em uma legenda de sua foto.
Então eu penso: por que vou me preocupar com aquelas pessoas que não me notam, que me deixam mal, que querem me derrubar, que simplesmente fazem de tudo para me deixar mal? Mesmo que não diretamente. Por que eu simplesmente não reconheço o QUÃO linda eu sou? Sim, com todos os meus "defeitos".
Para a sociedade, não sou magra o suficiente, ou sou baixa demais, não tenho o cabelo padrão, não sou a beleza padrão. Aceito, sim, meu cabelo crespo, cacheado, sem cachos, com frizz, sem frizz, "bagunçado". Me aceito. Tenho defeitos no corpo que, confesso, ainda me pego não gostando. Mas para quê, se a sociedade impõe padrão em TUDO? Eu NUNCA vou ser suficiente para eles. Então, me pergunto, por que tenho de ser suficiente para eles? Por que não posso ser suficiente para MIM?
EU preciso me notar. EU preciso me ver. EU preciso me achar bonita. EU preciso enxergar o quanto sou bonita. Eu, ninguém mais; EU tenho de me dizer isto. EU tenho que deixar claro para MIM que, sou, SIM, linda. Sou linda, não sou perfeita, não quero ser perfeita. Eu preciso gostar de mim. Eu me conheço. Eu me admiro quando me arrumo, ou quando não. E essas pessoas NÃO vão me dizer como devo me achar, ou o que sou. Sou linda, sim, e vou ser linda do meu jeito. Vou ser linda para mim. Porque enquanto eu me notar, eu não vou precisar ser notada por mais ninguém.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vai embora


Laura sabia o significado de tudo aquilo. Ela entendia como tudo funcionava. Ela observava tudo quieta, e sempre tirava mais do que todos esperavam. Mas o que mais ela poderia fazer, afinal? Sempre lhe foi negado todo o resto.
Ela continuava apenas observando. Conhecia mais do que aparentava. Mas, às vezes, ela deixava isso se mostrar. Ah, quando isso acontecia...
Brigas. Intrigas. Palavras não ditas.
Sempre que ela dizia, mesmo se dissesse muito, ainda sim, no final, sentia que mais precisava ser dito. E era engraçado. Na verdade, frustrante. Agoniante. Guardava tudo para si mesma. E tinha tanta coisa dentro de si mesma...
Mas o que Laura poderia fazer? Ela sempre se perguntava. Se perguntava todos os dias; não importava se falasse, nada, nunca, acontecia. E ela sempre soube que falava demais. Muito. Que devia ser cansativo ter de ouvir tudo o que ela tinha para dizer. E ela se sentia exausta de sempre ter algo para dizer. Era tão sufocante.
Sentia como se algo sempre a estivesse incomodando. Como se algo sempre a estivesse tirando alguma coisa. Todos os dias. E aos poucos.
Ela sentia como um grito entre os surdos. Sentia como se mostrasse algo de errado para os cegos. Sentia como se duvidasse de algo que todo mundo tinha certeza.
O que Laura poderia fazer?
Ah, não, mas a real graça de tudo, é que, sempre, ela sempre entendia tudo. Ela sabia tanto. Mesmo com todos os silêncios que lhe davam, ela sempre sabia. E quando mostrava que sabia, o outro subia um muro. Um muro que ela sempre fazia uma porta, no final. Mas sabe que ela sempre se cansava do esforço? Era triste de se ver; era como uma pessoa lutando todos os dias para mostrar a verdade para alguém, e essa pessoa não lhe desse ouvido. Por medo. Por falta de coragem. Por falta de esperança.
Todos sinônimos da mesma palavra: medo, medo, medo.
Não queria mudar. Não queria ouvir. Zona de conforto, zona de conforto, zona de conforto.
Ei, Laura, já chega! Ei, Laura, não vale a pena! Ei, Laura, você já fez muito!
Muito por alguém que não se importa. Muito por alguém que não quer nada. Muito por alguém que acha que tudo se resolve com superioridade. Muito por alguém arrogante. Muito por alguém que só liga para o que acredita.
Laura, chega de se machucar, mais do que você já é machucada, tentando curar alguém. Laura, você fez tanto. É só seguir. Segue, porque você merece. Laura, tem gente com você. Vai embora.

Ghost in my life






Ela te disse tantas vezes. Por que foi tão difícil escutar?
Ela te disse de todas as maneiras. Por que foi tão esforçado em ignorar?
Ela sempre quis teu bem. Por que você nunca se importou?
Ela sempre esteve ali. Por que você nunca olhou?
Ela tentou tanto. Por que sempre disse não?
Ela tentou te mostrar. Por que sempre se fingiu de cego?
Ela tentou te curar pelos dois. Por que você só a machucou mais?

terça-feira, 19 de maio de 2015

Só isso



Todo esse tempo eu sinto como se algo tivesse caindo e eu não pudesse fazer nada sobre isso. É como se fosse uma coisa que eu me importo muito, e a única coisa que posso fazer, é assistir cair. E é como efeito dominó, algo eminente, que não posso fazer absolutamente nada contra. A não ser, ter de aguentar tudo, da forma mais coerente e forte possível. E há muito, eu sinto. Sei que preciso ser forte, e não importa o que vá acontecer. Deixar de criar grandes momentos, para momentos pequenos. Deixar de aumentá-los, porque isso só fará mal a mim, e apenas a mim.
Deixar pra lá, esquecer, fingir não se importar. Tudo uma forma de proteção. Falhas, na maioria das vezes, mas necessárias. No entanto, até quando tudo isso vai durar? Não se foi há tanto tempo? Não mudou há tanto tempo? O que ainda faz aqui, de vez em quando, e bagunça tudo, só para arrumarem e aparecer para bagunçar de novo? É um clico, e isso precisa acabar. Não estamos aqui para levantar os mortos ou bancar Jesus; não vamos nos curar e não vamos conseguir ir além. Uma hora tudo acaba, e parece que a hora chegou. Mas nem todos perceberam ainda.
A bagunça precisa ser arrumada, os pensamentos precisam ser refeitos, as coisas em comum precisam ser esquecidas. Afinal, que sentido faz? É apenas uma bola de neve condenada ao fim da montanha. Nem sequer faz diferença. Ou se faz, a bagunça ficou tão grande, que não tem mais jeito. Tudo precisa ser ajeitado. Arrumado. Melhorado.
Pessoas te sobem num pedestal. Você sabe, e isso te torna o que, hoje, não percebem, mas que não é nada bom. E que pessoas como eu, agora de fora, sabem como isso funciona. Percebe, porque foi, talvez, a única pessoa que sempre disse a verdade. Verdade esta, que nunca quis ser ouvida. Verdade esta, que sempre foi ignorada. Verdade esta, que machucou, mas não mudou. Não mudou, porque não importa. Não importa, porque não aprende. Não aprende, porque não quer. Não quer, porque tem medo. E o medo se alimenta disto. E o medo continua. E o medo não transforma, não muda, não melhora. O medo te torna o mesmo. Mas você acha que está confortável. Acha, porque não quer sair da zona de conforto. Zona de conforto, que se tornou um mundo onde dar mais do que qualquer um consegue imaginar ou oferecer. É só engraçado o fato de que esse mundo é formado de mentiras guardadas no fundo da gaveta. Um mundo que, na verdade, é uma máscara. E que nunca vai embora, porque não quer crescer e tem medo de se machucar.
Ainda não descobriu que se machucar é inevitável, e que todo mundo se machuca, mas se recompõe no final. E que, se cair, pode se levantar de novo. E que erros te fazem crescer e te fazem aprender. E que se proteger é uma coisa, mas viver se escondendo é outra. E eu só espero que consiga perceber, porque eu não desejo mal a ninguém.

domingo, 10 de maio de 2015

Palavras e sentimentos jogados ao vento



Eu queria escrever, porque às vezes sinto isso. Sem saber o que quero dizer, mas sentir que preciso dizer algo. Não para alguém, ou para alguma coisa. É para mim. Sinto que preciso colocar em palavras, para mim. Para agora, para depois, para quando eu quiser. Porque são vivências. E estas vivências tornam-se, de certa forma, o que eu sou. Ou o que eu quero ser, ou me tornar.
E tem aquelas coisas que eu sinto, que eu não sei explicar. Que eu sempre digo. Que eu sempre sei que existem...
Aquela coisa de querer colocar em palavras o que, provavelmente, não tem como explicar. Ou apenas não achei o jeito certo ainda. Ou apenas é insistir em algo que não dá, mesmo.
Mas quem poderá dizer?
Quem poderá saber?
É o sentimento de algo errado, algo faltando, algo inacabado. Que precisa ser mudado, preenchido, retirado. É o sentimento de vazio, de verdade, de pessimismo.
O sentimento de querer. De não querer. De precisar de palavras. De não ter palavras. De suficiência, de questionamento, de querer, novamente.
E lá no fundo, bem no fundo, sempre sabe-se: isso tem explicação. Não tudo. Mas metade. E torna tudo tão confuso. Palavras e pensamentos jogados num mar de vários sentimentos e questionamentos.
Quando? Onde? Como? Por quê? O quê?
Tem mais? Tem menos?
É pra esperar, aguentar, viver?
Confuso. Sempre confuso. Mas é só pra tirar do peito. Não precisa fazer sentido. Afinal, nada disso faz. Por que eu iria fazer? Eu não faço questão.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Só pra tirar do peito



Nada. Ou tudo. Quem sabe?
Se nada for aquelas coisas que queremos e não conseguimos ter. E tudo for aquelas coisas que temos guardado há muito tempo, e nunca parece, exatamente, sair para qualquer coisa. Seja ela para se tornar real, ou apenas para ser tirada como um peso das costas.
Pensamentos. Dilemas. O querer e não querer. Os medos e os sonhos. As chances e as perdas. Os sentimentos e os desgostos.
O que você tem dentro de si? Bem lá no fundo?
O que você pensa ao fim da noite? Em quem?
O que você faz para melhorar tudo? O que você não faz?
O que você quer e o que você não quer? O que você precisa?
O que você não precisa?
Do que você tem medo e do que você tem coragem? O que te faz ter coragem e o que te faz ter medo?
O que te faz forte? O que te faz fraco?
Lá no fundo, nós sabemos: temos algo dentro que precisa ser tirado. Ou olhado. Ou doado. Ou só precisa desaparecer, para nunca mais voltar.
Lá no fundo, sabemos: o que você vê, que não está dizendo? O que você vê, que não está dizendo e admira?
Porque nós admiramos muitas coisas. Admiramos em silêncio. Por medo. Por vergonha. Por nenhum motivo aparente.
E se for preciso ser dito? Você diria? Por que não?
Nunca pensou que isso mudaria tudo? E talvez para melhor?
Nunca pensou em ser um pouco mais otimista?
Nunca pensou em ser um pouco menos pessimista?
Nunca pensou em sorrir para aquela pessoa em questão, só para ver o que acontece?
Nunca pensou em dizer, só para ver se finalmente acontece?
Nunca pensou em se abrir? Pro novo, pro de novo, pro além, para nada?
Se abra...
A vida pede isso.
Você também.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

No meio dessas coisas




"E antes que você possa se dar conta, minhas palavras serão silenciadas de sua vida num piscar de olhos.Quando as palavras se abraçam

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Eu não sei de você



“Não sei como é com você, mas eu passei boa parte da vida me enganando. Sabe aquela coisa de fingir que tudo está bem, que não doeu, que tá bom assim, que eu aceito, que aham, tá legal? Pois é, isso realmente não é nada, nada legal. Se doeu tem que falar. Se incomodou tem que explicar. Se tá ruim tem que ajeitar. Se estragou tem que consertar. Ou então jogar fora. Entende? Não dá pra passar a vida inteira com as coisas entaladas na garganta, feito espinha de peixe que não desce e arranha toda vez que a gente engole.” 
Via: Versos mudos

sexta-feira, 17 de abril de 2015

"A vida é pra quem se arrisca"


“Tenho tanto medo de fazer grandes mudanças na minha vida que nunca saio do lugar. Acabo sempre deixando como está, com receio de não me adaptar depois. Sempre o mesmo corte de cabelo, o mesmo estilo de roupa, o mesmo gosto musical, a mesma falta de amor próprio, o mesmo ciúme exagerado, o mesmo medo de ser abandonada... E o medo é tanto que eu me sufoco com minhas vontades e me mutilo com minha falta de coragem. Todos os dias é aquela vontade de acordar diferente e fazer coisas diferentes e no final do dia aquela sensação de "dever não cumprido". Sei que tenho que tomar coragem e mudar meus hábitos. Mas eu realmente não sei nem por onde começar... foram tantos anos acumulando desejos que se eu tivesse um dia de coragem para realizar todos eles, não seria o suficiente e eu não conseguiria satisfazer nem a metade deles. Iria querer fazer trezentas coisas ao mesmo tempo e acabaria não fazendo nada.” — Eternue.

Mas isso é certo? Sempre permanecer no mesmo lugar? Sempre sentir que nunca vai fazer o que quer? Sempre se manter preso num medo que nunca se vai?

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Shake it out





Liberte-se

Remorsos se acumulam como velhos amigos
Aqui para reviver seus momentos mais sombrios
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
E todos os monstros saem para brincar

E cada demônio quer seu pedaço de carne
Mas eu gosto de guardar algumas coisas pra mim
Gosto de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

E eu fui tola e cega
Nunca consigo deixar o passado pra trás
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
Estou sempre carregando esse peso nas costas

E todas as suas questões, tal ruído de sofrimento
Esta noite eu enterrarei esse peso na terra
Pois gosto de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa
Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa

É difícil dançar com um demônio nas costas
Então, sacuda-o, oh whoa

E eu cansei desse meu coração sem graça
Então, esta noite vou arrancá-lo e recomeçar
Pois gosto de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa
Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa

É difícil dançar com um demônio nas costas
Então, sacuda-o, oh whoa

E é difícil dançar com um demônio nas costas
E com metade de uma chance
Eu tomaria alguma coisa de volta?
É um bom romance, mas me deixou tão arruinada
É sempre mais escuro antes do amanhecer

Oh whoa, oh whoa

E estou condenada se eu fizer
E condenada se não fizer
Então, estou aqui para brindar no escuro
Ao final da minha estrada
E estou pronta para sofrer
E pronta para ter esperança
É um tiro no escuro mirando direto na minha garganta
Pois buscando pelo paraíso, encontrei o demônio em mim
Buscando pelo paraíso, encontrei o demônio em mim
Bem, que se dane
Vou deixar acontecer comigo

Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa
Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa

É difícil dançar com um demônio nas costas
Então, sacuda-o, oh whoa

Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa
Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa

É difícil dançar com um demônio nas costas
Então, sacuda-o, oh whoa

                                                                   (letra original)


sábado, 4 de abril de 2015

Nunca saberia explicar


E tem dia que nos deparamos com situações que não estávamos esperando. Umas mais delicadas do que as outras. Outras que te sugam algo que você julgava ter pouco. E se era pouco, foi-se qualquer resquício naquele segundo. E era como ter certeza de que todos os seus devaneios mais sombrios estavam certos. Ter certeza de que, aquelas vozes que te diziam baixinho para recuar, era tudo o que você precisava fazer. Mas nem sempre fazemos o que devemos, ou o que sabemos ser certo.
Cada dia mais, isso se tornou algo real, e cada vez mais, eu sabia, era como ter algo que te tomava todos os sentimentos de solução que você tinha. Era como saber que, no segundo que acontecesse, iria sentir um vazio que só aquilo causava. Um vazio que não seria preenchido, mas não era esse o problema. O vazio poderia estar ali, porque em outros tempos ele já vinha aparecido de alguma forma. Mas toda vez que se era sugado tudo de dentro de mim, o vazio parecia não fazer sentido. E quando se suga tudo de bom, o que resta são coisas ruins, que te jogam para baixo. Te jogam para baixo e te trazem descrenças e motivos para não ter mais esperança.
Só que, quem é você para sugar tudo que eu tenho de bom, toda vez que aparece?
Eu aprendi ser um filtro. E eu só irei tirar as coisas boas, sempre descartando aquelas coisas que são ruins. E agora que eu sei que, aquilo que sugava tudo de bom de mim não pode mais nem chegar perto, eu sei que não vou precisar me preocupar em filtrar muita coisa daqui para frente. Talvez não em relação a isso.
E eu sempre venho sentindo alegria daquilo que aprendi a ser. Daquilo que me permiti ver e aprender. Porque eu sei. Eu sei que não posso ser uma pessoa limitada, e muito menos ser o tipo de pessoa que recua diante daquilo que eu não sei lidar. E eu sei que, enquanto eu me permitir enxergar, eu vou ser uma pessoa melhor.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Medo do incerto



Tenho medo. Sempre tive medo, e acredito que isso sempre vai me fazer ter um pé atrás. O incerto complica. E, ao mesmo tempo que te bagunça a cabeça, te faz questionar várias coisas. E às vezes pode até ser bom...
Mas o incerto te coloca questões, algumas vezes, que não são legais. Questionamentos que confundem a cabeça, que faz com que sinta certas coisas que ninguém quer sentir. E às vezes aquilo toma uma proporção maior do que você gostaria. Te faz mexer ainda mais na bagunça que existe, não só na cabeça, como em você todo.
Com as conversas que eu tive, cada uma me fez pensar de alguma forma. Me disseram coisas que eu, com certeza, levo comigo, tentando sempre mudar aquilo que eu sei que é preciso ser mudado. E de uma dessas conversas, que por acaso foi uma coisa natural, eu ouvi uma frase que talvez tenha me rebatido de uma forma maior, por ser exatamente o que eu costumo fazer:
"Você costuma querer prever o futuro".
Eu costumo querer prever o futuro? Sim. Quase o tempo todo. Talvez até mais do que o necessário.
É como se fosse natural, algo que vem em horários impróprios.
Mas como explicar isso? Talvez eu saiba exatamente.
É sobre aquelas coisas que te fazem questionar, por experiencias antigas. Aquelas coisas que, querendo ou não, se repetem, baixinho, enquanto você decide que quer certa coisa na sua vida. Aquelas coisas que você deixa as incertezas tomarem de conta, por medo do que pode acontecer. Aquelas coisas que você sempre deixa o "e se" atrapalhar, em vez de colocar essa mesma frase numa coisa boa, tentando pensar positivo pelo menos uma vez. Aquelas coisas que te jogam para baixo, mesmo quando você tenta se reerguer. Aquela coisa que te faz pensar mil vezes, e que você acaba desistindo.
Mas aí que tá: você não pode desistir.
Eu ouvi: "não te digo para não pensar antes, mas que você venha, pelo menos, a se arriscar um pouquinho".
'Se arriscar um pouquinho'. Pra uns isso significa muito, e para outros, nada. Mas, pra mim, significa meio termo. Às vezes tenho meus ataques de impulso, que, na verdade, são um pouco raros, diante de uma situação nova pra mim. Ou até mesmo comum, dependendo do que se trata; me arriscar não é, exatamente, comigo. Mas eu sempre busco me testar. Me colocar, que eu não posso o tempo todo tentar ficar na minha zona de conforto, porque a vida tende a testar tirar você de lá. Tende a querer te mostrar outras maneiras. E se arriscar, pelo menos um pouquinho, te ajuda de alguma forma.
Talvez você se machuque, porque isso nós não podemos evitar. Mas, talvez, não. Talvez você consiga o que você quer, e, claro, de novo, talvez, não. Mas quem vai saber? Você vai sempre querer ficar prevendo o futuro, ou vai tentar, pelo menos um pouquinho, se arriscar? Você decide, obviamente.
E eu sei que é difícil, porque as incertezas te colocam numa posição chata, nessas horas. Mas pare e pense: se você não se arriscar, como vai saber se poderia dar certo?
E aí, isso me lembra uma frase de um livro que eu li, e que me apaixonei perdidamente:
"Se você continuar se concentrando no porquê de tudo ser tão difícil pra você, nunca vai perceber como poderia ter sido fácil" - Will e Will, um nome, um destino.
E só para deixar ainda mais claro, tanto o meu amor pelo livro, tanto o que quero passar, deixo mais uma frase:
"Se você não diz a coisa mais sincera, ela nunca se torna realidade" - Will e Will, um nome, um destino.

terça-feira, 24 de março de 2015

Tente encontrar sua força


As coisas mudam. E mudam o tempo todo. E quando você percebe que tem algo de novo em você, começa a pensar em coisas que agora fazem todo sentido. E começa a pensar coisas como: por que eu continuo aqui, se sempre vai ser o mesmo? Por que eu continuo fazendo isso, se eu sei que não importa o que eu faça, isso é a única coisa que eu não posso mudar? E, se eu não consigo mudar isso, então por que não mudo a mim mesma de uma vez?
Sim, é fácil falar. Mas tem certas coisas que dá para mudar, tentando muito, e percebendo que você precisa. Sabendo que te fará melhor. Sabendo que te tornará melhor.
Eu passei muito tempo com isso em mim, e não tem um dia em que eu não me sinta exausta. Não tem um dia em que eu não lembre do peso que trouxe. Mas agora eu sei. Agora que eu sou mais forte, sei que isso, definitivamente, não vai me controlar. Porque eu sei que posso fazer mais. E porque eu sei que sou mais do que isso. E porque eu sei que mereço mais do que isso. E lembrar disso tem me feito mais forte. E se tem uma coisa que eu sei, é que ninguém vai me tirar esse pensamento. A minha força. 
Me puxe para baixo, mas eu vou me levantar. Eu sei que consigo, mesmo que seja algo difícil de lidar. E eu também sei que, por mais que não pareça, eu ainda tenho muito mais para ser mostrado. Porque desde o começo não se tratou de mim. E desde o começo, isso me levou pra outro lado. Só que eu encontrei o meu lugar. E enquanto eu tiver força pra lutar contra, eu sei que vou conseguir lidar todos os dias. Não importa o que aconteça.

sexta-feira, 13 de março de 2015

"Like it doesn't exist..."


Todo dia é como acordar para saber que algo irá te chatear. Não é errado esperar por isto, quando você já se acostumou com o fato de que as pessoas geralmente nem percebem o que estão dizendo. E é tão frustrante ter de dizer alguma coisa; o pior, é quando você diz, e nunca é levado a sério. Parece que o simples fato de você dizer já te torna uma pessoa meio irrelevante, e que leva tudo a sério. Que você nunca sabe brincar, e que sempre precisa responder as coisas. Mesmo sendo "brincadeiras".
Bom, é o que eu geralmente escuto. E isto nunca me para ou faz com que eu pare de problematizar coisas que antes eu não o fazia, e que as pessoas nem ao menos se dão o trabalho de problematizar. Acham que não precisam, que certas coisas podem soar erradas, mas, tudo bem, todo mundo erra.
E quando a pessoa insiste no erro? Ou quando nem liga para o que diz, sendo errado ou não?
Parece que todo dia eu sei que vou me sentir cansada de alguma forma. Me sentir exausta de pessoas que não se ligam, e que simplesmente dão de ombros para tudo; e quando eu falo, é praticamente como se fosse uma piada, gera risos. Acham engraçado o fato de eu ficar irrita, chateada, e começar a falar sobre certas coisas.
Se eu estou cansada de não ser levada a sério, e ter de repetir coisas que eu já disse muitas vezes? Todo dia.
Mas se engana quem acha que isto me faz querer falar menos. Que acha que isto me faz querer desistir. Sim, é completamente frustrante, mas eu sei o quanto certas pessoas não entendem, porque simplesmente não foram colocadas para ver. Como eu ouvi, que certas pessoas não tem outras pessoas para ensinar e dizer, assim como eu tenho. E que, por mais que pareça impossível conseguir aguentar quase todo dia um comentário infeliz, é possível, sim, porque isto não vai acabar tão cedo. E que isto faz com que você precise se manter forte, e não deixar as pessoas descrentes, com suposições diferentes, te silenciarem.
Constantemente eu sinto vontade de desistir de falar algo para quem não quer ouvir, e me sinto sozinha por ser a única, dentro de pessoas que tenho que conviver, que começa a notar coisas erradas, e de reclamar, de certa forma. Porque, além de você ter de ser obrigado a se afastar de pessoas que parecem te intoxicar, tem de ficar sozinho quando tudo que você quer, é alguém para desabafar aquilo que mais tem te puxado para baixo. E se alguém acha que isto me faz querer parar de notar, não poderia estar mais errado. Se acham que isto me faz querer parar de dizer, estão errados. Eu não poderia. Nunca me permitiria. Eu nunca conseguiria; a partir do momento que você cresce, e começa a problematizar as coisas, não tem quem faça te fazer voltar atrás.
Posso ficar sozinha, mas não fico perto de pessoas que se recusam a enxergar. E não é como se antes eu não tivesse me afastado, ficado sozinha por longos tempos, por motivos de me encontrar, e saber que as pessoas não vão querer fazer o mesmo. Eu digo, do fato de mudar, como mudei, e ver coisas que, agora, vejo.
Se tem uma coisa que aprendi, é que posso parecer sozinha, ser a única que faz e fala. Que problematiza, que enxerga entre as entrelinhas, e que parece sempre "exagerar" (o que não é verdade), porque eu sei que não sou. Não de verdade. Elas podem não estar lá comigo, podem até não me conhecer, e eu a elas, mas eu sei que elas estão em algum lugar. E enquanto houver estas pessoas, eu não desistirei. E além do mais, eu tenho apoio de amigos de verdade, que também enxergam o mesmo.
Eu sei que não estou sozinha.

terça-feira, 10 de março de 2015

Ser você; encontrar o seu lugar; ser melhor



Tudo que eu venho sempre falando, muito mais para mim mesma, é que tudo o que eu quero para mim, tudo que eu faço e tudo o que eu aceito, fazem de mim quem eu sou; todo dia que passa, nós vamos mudando de alguma forma. Querendo ou não, o mundo nos faz isto constantemente. Por qualquer motivo que seja.
E o que isto significa?
Bom, significa que você precisa estar consciente de que tudo pode mudar em um único dia. E que estar aberto para isto, deixa tudo um pouco menos complicado. O fato de sabermos que, se hoje quisermos crescer, evoluir o seu ser, e estar cada vez mais perto de quem você é, temos que aceitar certas coisas que nos são colocadas no dia a dia.
Como fazer isto?
Apenas tente pensar que todo dia, cada segundo, cada minuto, você pode estar aprendendo com alguma coisa. Seja ela o que for. Você estará vendo que, independente do que você sempre achou, você pode, sim, começar a pensar de outro jeito. Você pode mudar, se isto é realmente quem você quer ser. E isto tem de vir de você mesmo, das coisas que você quer, das coisas que você acredita. Sendo sincero com você, tendo consciência de que você quer que tudo mude para assim, encontrar o seu lugar.
Deixar o passado no passado, e começar a tentar viver da maneira que você quer. Pensando em você, no seu bem, e nas coisas que você sabe que te fará bem. Além de saber que isto torna as coisas mais fáceis não só para você mesmo.
Querer mudar, e saber que isto tudo também não se trata só apenas de você, mas de todas as pessoas que estão ao seu redor. Saber que mudar não se trata apenas de você mesmo, e sempre ter em mente que o seu bem também significa pensar, nem que seja um pouco, não só nas pessoas que você gosta e conhece, mas em todas as pessoas que você sabe que os seus pensamentos e seus gostos vão influenciar de alguma forma.
Tentar ser melhor, não só para si mesmo, mas para todas a sua volta.

"Num momento de traição, existe momento para a confiança. Não há eles, apenas nós. Existe momento para a razão, seu coração já teve o bastante. Existe hora para deixar pra lá e ser melhor." - Rise Above 1, Reeve Carney ft. Bono, The Edge.

segunda-feira, 2 de março de 2015

I'm good enough








O que importa para todo mundo? Certamente, parece, que não importa o que importa pra você. Parece que ninguém escuta, e simplesmente ignora. Dá de ombros. Parece que estão sempre dizendo que o que você diz não importa. Parece que tudo o que você diz, não entra na cabeça das pessoas. E é como se elas sempre achassem que você só quer ser o certo. Que você só quer que elas sejam como você quer. Que você não aceita o fato de elas terem sua "própria opinião".
Eu até me sinto estranha por estar dizendo isso, mas eu, agora, venho a reparar que nem as suas próprias opiniões algumas dessas pessoas tem. É verdade. Se você for notar, é apenas o que a sociedade impõe para elas. Não é o que elas enxergam, é o que a sociedade coloca para elas.
Se ao menos elas se importassem com o que eu digo. Se ao menos dessem mais valor ao fato de eu tentar mostrar coisas que elas estão claramente dispostas a ignorar...
É como se elas estivessem me dizendo o tempo todo que não importa o que eu ache. Que não importa o quanto eu fale, a minha voz não importa. O que eu digo não importa. Quando eu me tornei tão irrelevante? Eu costumava ser ouvida. Pelo menos achava que sim.
Eu fui mudando, e tenho tanto orgulho disso. Infelizmente para algumas pessoas isso nem importa. Quanto mais eu mudo, mais as pessoas se revelam pra mim. Tem sido assim há muito tempo. Quanto mais eu cresço, me descubro, descubro o que me faz bem, eu percebo que as pessoas vão sumindo. Gradativamente. E eu continuo contando cada vez mais com menos pessoas.
Eu já deveria estar acostumada. Mas não estou. Deve ser porque são pessoas que eu realmente me importo, pra valer, dessa vez. Do tipo, eu gostaria que não ignorassem o que estou dizendo, porque talvez fosse o que elas devessem ouvir. Mesmo que eu saiba que não tenho o dom da certeza. Que eu saiba que não sou sempre a "certa", como muitos impõe pra mim; mas essa nunca foi a que eu quis que me enxergassem.
É como se cada vez mais as pessoas só dissessem coisas para me dispensar. Como se nem dizer alguma coisa válida importasse mais. Eu fico me perguntando: por que continuo dizendo? Por que continuo tentando? Deve ser porque me importo o bastante. Mas essas pessoas se importam comigo? Às vezes eu acho que não...
Tem dias que eu me pego lembrando de coisas, e percebo que sempre esteve lá. Mas eu nunca notei o suficiente. Mas como notaria, se sempre achei que estivesse no lugar certo, dessa vez? Sempre tem aquela coisa que te diz que tem algo errado. E eu estava lá, sempre lutando para consertar, porque eu sempre me importei o suficiente. Mas essas pessoas lutaram para consertar algo? Provavelmente a resposta está bem clara.
Por que às vezes ser nós mesmos é tão insuficiente para as pessoas? Eu gostaria de não ter de lidar com isso. Porque é, justamente, quando eu começo a aceitar mais de mim, que alguém começa a me mostrar que o meu eu não é suficiente para ela. Mas eu sei que se eu pareço não ser suficiente para elas, o problema não é comigo. Se é assim, o que eu deveria fazer?

sábado, 28 de fevereiro de 2015

"É difícil não olhar para trás, sabia?"


Eu sei que tiveram momentos bons. Eu sei que tiveram momentos que vão estar sempre comigo. Eu sei que não foi de todo real, mas foi a coisa mais real que já me aconteceu. Eu sei que não posso pedir mais nada, e nem mesmo esperar alguma coisa. E eu sei que nunca vou poder esperar que tudo volte como era antes. Talvez eu nem queira de verdade.
O fato é, que eu sempre vou saber que isso existiu. Sempre vou ser aquela pessoa que olha para trás, e tem bons e péssimas lembranças disso. Vou olhar para trás, e pensar que, mesmo que terminara de uma forma toda errada, eu vou saber que teve algo. Vou saber que eu fiz algo. Vou saber que eu tenho algo dentro de mim que espera por ser libertado, em algum momento. Algo que eu prefiro esconder, e que deveria ter se mostrado, não fosse a negação de uma forma que ninguém poderia entender. Nem mesmo eu.
Ou talvez eu entenda. Muita mais que todas imaginam. Mas eu sei que não é por motivos óbvios, porque nunca foram colocados para fora. E tiveram muitos erros. E quem diria que isso fosse se tornar apenas uma lembrança de algo dolorosamente bom? Bom... De certa forma. Tudo para se sentir viva.
Vou olhar para trás e sentir orgulho de mim. Da pessoa que me tornei. De todas as coisas que pensei e aprendi. Vou olhar para trás e saber que tudo o que eu aprendi, vai me fazer ir muito longe. Vou me orgulhar, porque eu tive coragem. Eu sempre disse o que era real, e sempre mostrei o que estava errado. E nunca vou recuar diante de uma negação. Nunca vou recuar diante de uma pessoa que não muda. Que acha que tudo é questão de opinião. Quando não é; as pessoas acham que tudo é questão de todos terem sua própria opinião, dizendo que, é, pode escutar várias, mas sempre manter a sua. Sendo sincera? É como se você sempre dissesse que nunca vai mudar. Que não importa se está certo ou errado. Que não importa se você está fazendo bem ou não. Nem para si mesmo. Sem querer ser rude, mas talvez seja por isso que as coisas nunca mudam.
As pessoas acham que a opinião é algo que se pode ter, de todas as coisas, da forma que você quer. E, bom, se você não sabe, não é bem assim que se trata as coisas. Não é bem assim que as coisas funcionam; você não pode dizer que a cadeira não é cadeira, só porque você acha que aquela cadeira se parece mais com mesa. Não pode dizer que acha tal coisa, de tal coisa, sendo que você não sabe muito sobre o assunto.
Opiniões. Sim, cada um tem a sua. Isso não significa que só por você ter a sua própria, tem a obrigação de sempre mantê-la. Se pensa assim, nunca vai crescer, pois nunca vai ver que nem todas as coisas são como realmente achamos que é. Que minha opinião pode ser de um jeito, mas amanhã descobrir que eu estava errado, só pelo fato de eu ter acordado e visto que a minha realidade não é a única no mundo. E isso significa que, você pode ter nascido num lugar, mas isso não significa que você precisa continuar lá, porque foi lá que você aprendeu tudo que sabe; o mundo é grande demais para continuar num cantinho só, imaginando que só a sua realidade é a certa, quando, claramente, a muito mais para ser visto lá fora. Fora do que só você quer ver.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Chamei de ventania. Faz sentido.



Não tem culpa disso ser como uma ventania para você. Daquelas que bagunçam tudo e levam todas as certezas. Daquelas que te fazem sentir medo e que te fazem implorar para que passe. Daquelas que passam, mas que você sabe que ainda pode voltar. E quando acontece, você sente tudo de novo. O medo, a bagunça, implorando para passar. E mesmo que não pareça saudável, você não pode controlar o tempo. Mesmo que seja tudo que você quer. Você não pode controlar o fato de que tudo dentro de você te puxa para a ventania, sendo ela mais forte que você. Não pode sentir que é culpada, porque você não pode fazer nada sobre isso. A não ser, é claro, continuar implorando para que passe. E você pede todos os dias.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Uma pessoa feita de poesia, com os cabelos ao vento


A sensação de lembrar de pequenos momentos que te fizeram sentir algo bom. Algo pequeno, mas algo significante para você. Aquela coisa que te faz sorrir, e te faz sentir leve. Aquela coisa que te transporta para o seu mundo. Aquela coisa que te faz querer viver aquilo de novo. Aquela coisa que te deu uma empolgação na voz apenas por falar e lembrar dela. Aquela coisa que te fez rir, lembrando, porque, por mais que parecesse irrelevante no momento que aconteceu, agora, é algo bom. Mesmo não sendo nada demais. Exceto pelo fato de que para você é. Pelo fato de que, se te fez sorrir, te levou para o seu mundo, te deixou leve, então, sim, aquilo significa muito.
E não tem quem diga que isto não é verdade, porque é verdade.
Está tocando a música, aquela música que você adora, mas só você a escuta. Está de fones de ouvido, como toda manhã, naquele carro. Está na janela, observando tudo, esperando, como sempre, por algo novo. Mas como isso nunca acontece, está indo gradativamente a caminho de seus pensamentos mais fundos. Daqueles que te prendem de verdade, e precisa de um pouco mais de esforço para dispersá-los de si; e é claro que estes pensamentos tem um ápice, um alicerce. É claro que os pensamentos vão até ele. O ápice, o alicerce. Ao longo do percurso do carro, talvez. E é claro que isto significa muito, já que é nele que começa todos os sentimentos confusos, os sentimentos bipolares, os intensos 'talvez', que insistia em se repetir. E é claro que, ao longo de tudo isto, o esperar por algo novo, vem deste fato também. E é claro que nunca acontecia nada. Mas isto não deixou de se repetir até o último dia.
A mesma música tocando, aquela vontade incontrolável de cantar, mas é claro que não o fazia. Seria demais; aquela sensação no peito outra vez, e as imagens que se formavam na cabeça, faziam o coração acelerar. Mas eram sempre só fantasias. No final do dia, era só para dar pequenos ou grandes socos no peito; mas o sorriso estava lá, como todo dia. Até o dia que se viu tudo desmoronar, e, hoje, isto pesa, e algo dentro cresce ao mesmo tempo que se elimina.
Há um vazio dentro de mim. Exceto pelo fato de ele estar cheio até as bordas.