Páginas

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

"E por que fechar os olhos quando se é preciso enxergar?"



Eu acho que vou ser sempre o tipo de pessoa que se importa demais. Até com coisas que não são tão importantes assim. Eu sempre me importo, e isso acaba me atrapalhando, de alguma forma. Já me avisaram sobre isto, já me alertaram ou disseram para que eu parasse. Já disseram que este era o meu problema; o meu problema, na verdade, é querer que as pessoas vejam tanta coisa que, às vezes, até parece impossível que elas vejam. Quer dizer, tem tanta coisa importante que as pessoas só, simplesmente, ignoraram. Ou acham que não vale a pena. Ou acham que só basta tratar aquilo como algo engraçado, talvez.
Eu sempre vou achar essas reações ridículas.
E com isso, ser sempre taxada como chata.
Eu só não acredito, que as pessoas possam achar que hoje em dia não exista mais preconceitos, no geral. Ou dizer algo como "o brasileiro não é preconceituoso, e sim, 'zoeiro'". Sinceramente, se alguém acha isso, ou concorda com isto, eu, definitivamente, não sei se sinto pena ou raiva. Como as pessoas podem ser tão hipócritas? Eu nunca vou entender.
O fato é, que as pessoas acham que só pelo fato de achar graça de tudo, ameniza o que realmente importa. Ou acham que, se é engraçado, não tem porquê se sentir ofendido. Ou não prestam atenção que, pode ser engraçado para você, já que você não sente ou entende de tal assunto, mas não é nem um pouco engraçado para aquele que entende e sente aquilo. Você só vai achar engraçado, porque você não passou, ou sentiu aquilo. Se você sentisse, e visse outra pessoa fazendo piada, é claro que você não acharia engraçado. Então por que é tão fácil fazer piada daquilo que você não entende, ou sente, sabendo que há outros que sentem e entendem?
Eu só gostaria que as pessoas parassem de ser hipócritas, e agir como se nada fosse importante, além delas mesmas e de suas realidades.
O mundo é tão grande. Temos tanta coisa diferente para ver e apreciar. Por que tornar isto algo ruim? Por que fazer disto, algo para ser motivo de discórdia entre as pessoas? E por que fechar os olhos quando se é preciso enxergar?
O termo "enxergar", vai muito além de apenas o conceito literal.
Certas coisas só estão sendo jogadas para debaixo do pano. Isto significa que ainda continua sujo, é só as pessoas que não estão vendo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

"Não chore, menina triste"




“Não chore, menina triste. Aliás, chore um pouquinho. Chore baixinho. Mas não desista das suas ilusões. Das fantasias rodopiantes.
Conserve a poesia e a imaginação dentro do peito, que o amor vai chegar. E as cenas das sua mente passarão diante de você.
E vamos rir, menina triste. Rir até acabar o ar.”  Homem de Lata.

Depois de ler esta linda poesia, quis colocar o meu entendimento sobre ela, aqui (depois de te-lo feito para uma amiga).


  • "Não chore, menina triste. aliás, chore um pouquinho. Chore baixinho." As pessoas, geralmente, pensam que chorar é sinal de fraqueza. Eu, definitivamente, não concordo. Pra mim, chorar tira um pouco do peso. Chorar, pra mim, faz sentido. Faz sentido, porque é você conversando consigo mesmo. Admitindo algo que você sente. Mesmo que não diga a todos, mas você está dizendo a si mesmo.


  • "Mas não desista das suas ilusões. Das fantasias rodopiantes." Não é como se dissesse "ei, só viva de ilusões e fantasias. Você não precisa de mais nada". Não. Não é isso. É como se dissesse "ei, sabe suas ilusões? Não desista, porque um dia elas vão se tornar verdade. E as suas fantasias? Olha, se elas te fazem bem, é porque fica ok. Continue com elas, porque um dia elas vão ser quem te faz mais feliz. E vão ser de verdade".


  • "Conserve a poesia e a imaginação dentro do peito, que o amor vai chegar. E as cenas da sua mente passarão diante de você." Conserve poesia. Já diz tudo. A poesia é uma marca que deveria estar em todos. Aquilo que todos deveriam admirar, só pelas palavras que tocam lá no fundo. Mas, na verdade, não é muito mais do que isso. É exatamente isso. E isso é o "muito mais". E a imaginação também. Ela que te cria, que te faz. Que te faz você. É o que te mostra o que você quer. E tudo isso, com certeza, vem amor também. As cenas da nossa mente. Ah, aquelas que nós sempre queremos que se tornasse verdade. Elas vão ser muito mais do que cenas, imaginações e poesia.


  • "E vamos rir, menina triste. Rir até acabar o ar." O que melhor do que rir até acabar o ar, não é mesmo? Esquecer de tudo, e rir. Pensar nas coisas boas, ver coisas boas. Tem horas que, quando estamos tristes, tudo que precisamos é rir. Mesmo que nosso humor não permita. Mas quando acontece aquilo, aquilo que te faz rir até tirar o ar... É o momento que você sabe, que pode haver mais momentos como este. E que se aconteceu uma vez, pode acontecer várias vezes. Então, ria até acabar o ar, menina triste.





sábado, 13 de dezembro de 2014

Faíscas




É, já faz alguns dias, e isso tudo não passou. Já faz algum tempo. Muito tempo, e ainda há isso dentro, aqui. Ainda sinto tudo meio confuso, como se houvesse algo faltando, afinal. Mas talvez seja só uma vontade, e nada mais. Talvez seja só o não querer deixar ir. Porque quando coisas assim acontecem, e são de primeira vez, não dá pra deixar ir tão fácil. Mesmo querendo muito.
Você pode fechar os olhos e pedir para apagar tudo da mente, e pensar em outras coisas, viver sua vida. Mas, como diz uma certa música, pode manter no escuro, mas só precisa de uma faísca.
Como explicar algo que você só sabe sentir? E é o que dizem sobre sentimentos: não tem o que explicar, só sentir. E pra quem não sente, é fácil dizer o que precisa ser feito. Eu sei, faço muito isso. A hipocrisia cresce de várias formas.
Aquilo que nunca foi dito, vai crescer dentro e vai gritar para todos os lados. Mas só você vai ouvir. Você vai querer dizer, gritar, mas sempre dirá que não pode. Que não dá mais.
E quando deu? Por que não foi dito? 
Ah, as meias palavras...
Palavras vazias.
Sabe o que significa?
Tudo. Menos o que queremos dizer, ou sentimos.
Como explicar aquilo que queremos dizer, mas não conseguimos?
Como mostrar o que sente, mas não deixar o medo se apoderar de tudo?
Medo. Sempre o medo.
O que houve com o "sem o medo, não haverá coragem"?
Penso na faísca, e lembro, muito bem, que ela existe. Mas a faísca não é suficiente para alguns. Ou ao menos entendida.
Só que não dá para explicar os sentimentos.
As faíscas são do mesmo jeito.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Quando as palavras se abraçam"








Eu só quero que você entenda que eu não gosto quando você vai embora. Não gosto quando você esconde o que sente. Não gosto quando você não me dá a menor bola. Se eu falo que está tudo bem, quero que você pergunte de novo. E de novo. De vez em quando eu finjo que tudo está numa boa, mas tenho o meu lado fraco. Preciso de colo. De atenção. Se eu estou triste, quero você ao lado. Se eu estou brava, quero você ao lado. Se eu estou num dia bom, quero você ao lado. Se meu dia foi péssimo, quero você ao lado.
— Clarissa Corrêa. 

“Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.”  Caio Fernando Abreu.


O que a gente sente e não diz, cresce dentro.
— Paulo Leminski.

Repara bem no que não digo.
— Paulo Leminski.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, se veste bem e é fã de Marisa Monte. Isso são apenas referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pelo modo como os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Ama-se por causa de uma massagem nos ombros, pela maneira de sorrir só com um lado da boca, pelas peculiaridades. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.”  — Martha Medeiros.


“Eu saí tanto de mim pra entrar na tua que até me sinto uma estranha dentro de mim mesma. E eu sempre tive medo de estranhos. Entende? Você está aí ainda? Você também deve estar achando patético ler isso. Te conheço.” — Gabito Nunes.


Ainda não terminei de gostar de você.

— Gabito Nunes.

Ir embora de uma pessoa é das tarefas mais difíceis da vida. 

Porque, antes de tudo, e principalmente depois no nada, partir é repartir-se.
Como, por exemplo, ir embora de alguém? Vai-se de ônibus, trem, avião
ou a pé tropeçando na vontade tola de voltar?
Quantos quilômetros de tempo são necessários para estar longe o suficiente?
É preciso mudar para outro estado para mudar o estado da alma?
Do que adianta não ver ninguém ao olhar para trás, mas ver ao olhar para dentro?Amor é sempre, e repetidamente, sair dos escombros.  — Bruno Pereira.

“Não, não pense que é sempre bom, não sou a-toda-boa, a toda alegre o tempo todo, a toda amorosa constantemente. Eu sou estranha, tenho gestos e pensamentos e encanações e neuras e filosofias viajantes e temperamento salgado e toda uma série de e’s que não consigo ajustar aqui, agora, pra você, talvez por não saber ajustá-los nem pra mim. Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação. Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações. Uma delas é tentar explicar o sentido de uma coisa que nem sentido faz.”

— Clarissa Corrêa.

Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva.” — Martha Medeiros.