Ah, você não faz ideia. Mas como poderia, se ninguém, exceto eu, faz?! Ninguém, exceto eu, sabe que foi como ter tudo e nada. Foi como conhecer e não saber de alguém. Foi como um ir e vir de algo que não se decide. Foi como o tempo daqui, que deixa o céu nublado, mas nunca realmente chove. Foi como sentir chover, depois de muito tempo, e logo descobrir que foi só uma pequena nuvem. Foi como saber que estar num mar revoltoso te puxaria para baixo, mas entrar mesmo assim, porque era a única coisa que se parecia com algo real. E foi raro; mas se afogar foi a única forma de saber que eu estava viva e precisava respirar. Que tudo aquilo não era para mim, e que eu podia pedir muito mais do que estavam me dando. Porque eu merecia.
Foi como estar pedindo pouco, e aqueles que não entendem, pensar que era muito. Foi como entrar num quarto sem chão, e cair num abismo. Foi como querer gritar e não ter voz. Foi como gritar muito alto, e ninguém ouvir por um segundo. Foi como falar em uma língua em que só eu entendia.E no final, foi como descobrir que eu só estava dormindo e tendo um pesadelo. Eu poderia acordar a qualquer momento. Ainda bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário